REDESIGN SOCIAL

Com o crescimento e o desenvolvimento do conceito de globalização, mais e mais ampliamos nossa necessidade e potencial de consumo planetário, diminuímos as barreiras geográficas e fortalecemos a macroeconomia global. Contudo, durante essa jornada de crescimento macroeconômico, sustentamos uma cadeia invisível de injustiças sociais, violências, degradação planetária, achatamento de micro economias locais e perdas de riquezas socioculturais ancestrais por falta de incentivo e manutenção territorial. Temos nos desconectado de nossa essência humanista que nos interconecta com o outro, para alimentar uma vida de alta velocidade, comodidade, tempo curto e pouco contato com o que é essencial à vida. Resgatar senso de comunidade é olhar para quem está conosco na caminhada, reconhecer nossa interdependência e cuidar desses laços. Resgatar o poder da confiança no outro, e no desejo de cuidar do que é essencial a vida juntos, cultivando nossas relações com carinho, presença e atenção, ressignificando nossa educação, nossa alimentação, nosso serviço ao mundo, nosso tempo de vida em cada nova escolha.


CULTURA REGENERATIVA

O pensamento sobre a aplicabilidade dos conceitos de Sustentabilidade em nossas vidas vem evoluindo para um novo, e fundamental estágio, a reflexão sobre a REGENERAÇÃO. Já passamos da fase de buscar soluções para cuidar da vida de forma a sustentar, econômica, cultural e socioambientalmente, ao longo do tempo, as escolhas que fazemos todos os dias. Nas últimas décadas, temos, como sociedade planetária, feito escolhas que põe em cheque nossa capacidade de cuidar de nossa continuidade como espécie nesse planeta.Atualmente, nosso novo desafio reside em trabalhar e fazer escolhas de consumo, mobilidade, alimentação, educação, negócios, comunidade, resíduos, engajamento político e social a partir de uma nova lente: da Regeneração. A REGENERAÇÃO é a capacidade dos organismos vivos, de se renovarem ou ainda de se recomporem após danos físicos consideráveis. Se nós, seres humanos, somos organismos vivos, somos parte dessa equação natural, e compreender nosso papel no desenho de CULTURAS REGENERATIVAS, tem sido um ponto de investigação essencial para nós, na SC. Trabalhar pela construção e fortalecimento de uma Cultura Regenerativa reside em ampliar nossa percepção e visão de mundo de forma a compreender o funcionamento dos sistemas vivos e sua base de interdependência.


NOVAS RELAÇÕES ECONÔMICAS

O conceito de economia permeia nossas vidas, quase sempre, somente, através do símbolo do dinheiro. Resgatando a etimologia da palavra Economia = Administrar a Casa e seus recursos, nos permite ampliar essa visão e nos conecta a um campo infinitamente mais vasto, abundante e próspero do que a limitada visão de dinheiro. Ressignificar nossas relações econômicas é um convite a olhar para nossas escolhas diárias, o que sustentamos todos os dias, os recursos que já temos à nossa disposição e como lidamos com o fluxo, a circulação e otimização de cada um deles em tudo o que criamos e fazemos. Pensar a economia como meio de cuidar das nossas vidas e dos demais, num círculo virtuoso, abundante e criativo. As novas economias se apresentam de múltiplas formas e cada uma traz um campo vasto de atenção e cuidado em escalas apropriadas à sua aplicação.


INTELIGÊNCIA COLETIVA E CO-CRIAÇÃO

As realidades atuais são como são porque nós, como comunidade global, as criamos desse jeito. Trabalhamos e sustentamos, todos os dias, essas realidades. Esse é o poder criativo que detemos como sociedade. A cada instante, colhemos onus e bonus de dessas escolhas. Boas ou ruins, essas realidades são fruto de nossos hábitos e padrões de vida. Se desejamos mudança, nós precisamos trabalhar, juntos, intencionalmente, para que ela ocorra. A inteligência coletiva é o poder exponencial de co-criação que temos como grupo de pessoas ou sociedade para responder às mais diversas necessidades que se apresentem, seja numa organização, num projeto ou num movimento social. Ativar a inteligência coletiva é ativar o poder de transformação sociocultural, econômico e ambiental em nosso campo de ação imediato, que aumenta conforme o raio de atuação de cada um nessa rede de inteligência interconectada em co-criação intencional.


PENSAMENTO SISTÊMICO

O pensamento sistêmico nos convida a observar a inteligência dos sistemas vivos, seu funcionamento, sua lógica, sua interdependência. É uma mudança de perspectiva (*) das partes para o todo, dos objetos para os relacionamentos, da medição para o mapeamento, do conhecimento objetivo para o conhecimento contextual e da estrutura para o processo. A visão sistêmica da vida nos permite perceber e respeitar a complexidade que nos envolve, e nos convida a acionar outras habilidades naturais que temos, mas que pelo pouco uso na sociedade moderna temos deixado de exercitar: como empatia, confiança e cuidado. Na visão sistêmica as relações entre as partes, são essenciais para o equilíbrio do todo. Lidamos o tempo todo com sistemas vivos, estamos inseridos em ambientes vivos. Organizações, cidades, bairros, comunidades se assemelham mais com um organismo do que com uma máquina. Por muito tempo temos lidado com tais dinâmicas como engrenagens exatas, trabalhando, operando e respondendo às necessidades de forma programada e planejada. O pensamento sistêmico chega para ampliar nossa visão de mundo, percebendo e aceitando a complexidade, nossa interdependência, abrindo mão do controle, resgatando a capacidade de confiar na inteligência do sistema e reconhecendo nosso real papel no todo.

Olá
Somos a Social Contemporâneo